"O Senhor é meu pastor e nada me faltará." (Salmos 23.1)

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domingo, 22 de agosto de 2010

PORTAS


A Porta
Eu sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Mas não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta.
Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira
Eu abro de sopetão
Pra passar o capitão.
Só não abro pra essa gente
Que diz (a mim bem me importa . . .)
Que se uma pessoa é burra
É burra como uma porta.
Eu sou muito inteligente!
Eu fecho a frente da casa
Fecho a frente do quartel
Fecho tudo nesse mundo
Só vivo aberta no céu!
(Vinícius de Moraes)



Olá, queridos leitores!

Como o assunto da vez é sobre “portas”, resolvi começar com um poeminha lá das antigas. Lembro-me que li pela primeira vez esse poema quando estava no que em minha época se chamava de Primário (hoje chamado de Ensino Fundamental). Isso foi há...bem...alguns anos – e esses "alguns anos" não vem ao caso.
Naquela época nem existia esse tal de ‘blog’ e eu nem sonhava que um dia teria um e estaria, através dele, pregando o Evangelho de Cristo. Deus tem mesmo dessas coisas.

Meu bom! E por falar em “naquela época” e “minha época”, confesso que eu ainda estou tentando me acostumar com esses termos, pois dá a impressão de que estou ficando velho!
Bem, eu prefiro pensar que não estou ficando velho. Como diria Mário Sergio Cortella (filósofo, educador e escritor) quem fica velho/velha são as coisas, pois elas “nascem” prontas e vão se gastando ao longo do tempo. E nós, como não nascemos “prontos”, vamos nos fazendo com o passar dos anos. Hoje posso dizer que eu, o Eduardo, sou eu em minha mais nova versão – a 3.0 turbo. Logo mais, em dezembro, dia 17 mais precisamente, farei um upgrade para a versão 3.1 turbo Power Golden Plus. hahauahah

Muito bem, “filosofadas” à parte, vamos ao que interessa. Como eu havia dito, o assunto que resolvi trazer desta vez é sobre “portas”.
A Bíblia relata algumas passagens que falam sobre portas, e eu escolhi uma delas em especial para o texto de hoje.   
Nesta passagem, Jesus começou a falar a respeito de duas portas: uma estreita e uma larga. Até aí, nada de mais.
Antes de continuar, caso algum dos meus leitores não tenha muita familiaridade ou não conheça a Bíblia, eu só gostaria de dizer que as pregações de Jesus eram ricas em comparações entre a nossa condição como filhos (ou não) de Deus e as coisas do cotidiano. Ele não usava um discurso muito elaborado e nem palavreado sofisticado. Era simples e objetivo, porém, de uma profundidade exata. As palavras de Jesus não eram nenhuma forma de aconselhamento barato de auto-ajuda como: busque sua paz interior, viva em harmonia com o ambiente, seja paciente, feche os olhos e pense num campo florido, ou coisas desse tipo. Alguns desavisados tem aquela velha mania de colocar tudo no mesmo patamar e dizer que Jesus foi um bom e sábio homem como muitos outros e que deixou muitos ensinamentos para a humanidade.
Até peço desculpas a quem pensa desta forma, mas, um homem que dizia ser o filho de Deus, afirmava que podia perdoar pecados, assumiu ser a Verdade, o Caminho e a Vida, e mesmo tendo todas as prerrogativas e poder de salvar-se da cruz e poupar-se do sofrimento, abriu mão disso por amor a você e a mim, não é possível conceber a ideia Jesus tenha sido apenas um grande mestre ou a benevolência em pessoa.

Por isso eu digo que não só as palavras, mas muito mais as atitudes de Jesus tinham destino certo e, assim como flechas ao alvo, Ele sabia exatamente onde queria chegar: na caixa preta do nosso coração, lá onde ninguém quer ser incomodado.
O texto que separei mostra um pouco disso tudo que acabei de falar. Jesus disse o seguinte:

13Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; 14E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” (Mateus 7.13-14)

A primeira vista parece ser uma recomendação simples que Jesus está fazendo, mas nada do que Jesus diz é tão simples assim. Jesus fala de duas portas: uma ESTREITA e outra LARGA; dois caminhos: um ESTREITO e outro LARGO; dois destinos: a VIDA ou a PERDIÇÃO.
Mas, o que seriam estas portas, caminhos e destinos?
Para entender um pouco mais a respeito dessa passagem, temos que saber o que Deus deseja de nós como filhos.
De forma bem resumida (para não tomar muito tempo) no mínimo devemos ter em mente que Deus chama seus filhos para serem santos. Quando se fala em santo, a ideia que geralmente se tem é de uma pessoa perfeita, sem defeito, digno de ser canonizado. No sentido bíblico, a palavra “santo” basicamente tem o significado de “separado”. Ao aceitar Jesus como Senhor e salvador, estamos declarando que somos separados para Ele, somos propriedade exclusiva de Deus e, na condição de filhos, por amor, nos submetemos à vontade do nosso Pai.
É fácil confundir essa atitude que nós cristãos temos, com a ideia de que somos perfeitos ou melhores que os demais. Nós sabemos que não o somos, e por isso nos deixamos trabalhar constantemente por Deus, para sermos aperfeiçoados. Essa é uma atitude de entrega diária, e não é nada simples. Muitas pessoas se acham boas, mas tente ser realmente bom e veja o que acontece.

Nesse contexto, como somos santos, ou seja, separados para Deus, procuramos viver de modo que as pessoas percebam uma diferença em nosso modo de ser. Isso é uma questão de lógica, pois se é para viver como todo mundo, então não faz sentido seguir a Cristo. E eu digo uma coisa para vocês meus amados: fazer a diferença hoje em dia não é nada fácil. É como ter que nadar contra a maré, pois nos privamos de algumas práticas que o mundo julga serem normais como, por exemplo, sexo antes do casamento, baladas, festas com bebedeiras, ficar com várias meninas ou meninos, busca por status social, prazer, poder, dinheiro e coisas do gênero. Esses são só alguns exemplos (os mais escancarados), pois há muito mais situações na área do convívio social nas quais os que desejam seguir a Cristo procuram fazer a diferença. Situações essas que só exercitando e colocando a fé em prática no dia-a-dia é que será possível descobrir.
São atitudes que parecem não surtir efeito algum, mas é como eu disse antes, tente ser realmente bom e veja o que acontece.
Nós – e eu falo de mim também – temos que trazer sempre à memória que, por natureza, não somos bons e a nossa tendência é sempre nos afastarmos de Deus e satisfazer as nossas vontades. Jesus diz que aquele que pretende segui-lo deve negar-se a si mesmo. Pode parecer mais um daqueles conselhos que já estamos cansados de escutar: “você deve desapegar-se das coisas materiais”. Mas Jesus vai além: em seguida ele diz: tome a sua cruz, e siga-me. E vai mais além ainda: Jesus diz que quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar, nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo, por amor a Ele e por causa do evangelho, terá a vida verdadeira. (Marcos 8.34-35).

É provável que muitos dos que me leem agora, pensem que irão perder sua “liberdade” ao aceitar a Cristo e talvez interpretem a conversão como proibições determinadas pela igreja e, portanto, uma espécie de prisão. Curiosamente, antes de aceitar a Cristo, eu também pensava que se me convertesse estaria entrando nessa “prisão” do tipo: você não pode fazer isso, você não pode fazer aquilo, etc. Mas, surpreendentemente eu descobri que sou mais livre do que nunca. Não sou obrigado, por exemplo, a fazer coisas que eu não quero só para ser aceito por um determinado grupo. Além disso, eu entendi que o não de Deus é o sim da vida. A Palavra de Deus diz que podemos fazer tudo o que queremos, mas que nem tudo é bom e nem tudo é útil. (I Coríntios 10.23)
Talvez por não saberem disso, há poucos que encontrem a porta estreita: “14E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” (Mateus 7.14)

Objetivamente é esse o caminho estreito, que leva à PORTA ESTREITA que conduz a VIDA. Isso não quer dizer que você entrará num regime de segregação como o apartheid, pois com certeza saberá o que é ter uma vida de alegria verdadeira.

A porta que leva a vida não tem vontade própria como aquela do poeminha. Ela está aberta para você, para mim, pro menininho, pra cozinheira, pro namorado, pro capitão e inclusive para aqueles deram uma xingadela na porta chamando-a de burra. Mas lembre-se: há só um caminho para chegar lá, e esse caminho é Jesus, e ninguém que escolher este caminho será mais o mesmo.

E a PORTA LARGA? Como disse Jesus: por ser espaçoso (aparentemente o mais prazeroso) o caminho, são muitos os que entram por ela. E o destino? Bem, você e eu já sabemos.

Quero sempre pedir em minhas orações ao Senhor Deus, o único digno de receber algum louvor, que Ele de o entendimento necessário a cada um dos meus leitores, e que eu possa continuamente ser usado como instrumento de benção para engrandecer o seu nome. Amém!

Um grande abraço, e fiquem todos na Paz do Senhor Jesus.

PS: o que vem por aí?!
Identidade. Qual é a sua?